Após 18 meses, chega o momento da partida. Nunca é fácil se despedir, sobretudo após uma experiência tão intensa. Fica a certeza do dever cumprido e da contribuição dada, além da imensa gratidão da vivência proporcionada pela Prefeitura Municipal de Itabira. A seguir, algumas linhas de uma prosa poética de despedida com uma foto do talentoso fotógrafo itabirano Filipe Augusto.
Alisson Diego. Março de 2022. Fotógrafo: Filipe Augusto |
Itabira, em minha, é sinônimo de poesia
Versejados dias solares entremeio pandêmicas diuturnidades sôfregas
Itabira é fraternidade
Um florescer de amizades tão imprevisíveis quanto dadivosas
Itabira é pedra que brilha
Meu coração é sangue que pulsa
Meu olhar é esperança renovada
Meu país é um mar de desalegradas expectativas
E a cidade, a cidade me inspira a caminhar
Itabira é alma sintonizada em Drummond
Mineiridade escamoteada em humanidade
É mar de serras e amores coletivizados
Pluralidades
Mineiressências que vencem egos
Quando a vida, crua, insistir em me desanimar
É na obra conflitiva e amorosa de Drummond que me refugiarei:
"Este o nosso destino: amor sem conta, / distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, / doação ilimitada a uma completa ingratidão, / e na concha vazia do amor a procura medrosa, / paciente, de mais e mais amor. / Amar a nossa falta mesma de amor, / e na secura nossa amar a água implícita, / e o beijo tácito, e a sede infinita." (Trecho de Amar, poema de Carlos Drummond de Andrade em Claro Enigma, 1951).
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