terça-feira, 11 de setembro de 2012

Artigo: Eleições 2012

Compartilho um interessante artigo escrito pelo sociólogo itaguarense Gílson Lima. 


Eleições 2012

Vista Panorâmica de Itaguara: Foto - Lílian Nascimento
No dia 07 de outubro, seremos chamados às urnas para elegermos os prefeitos e vereadores, que, por mais 04 anos, exercerão os cargos de liderança em nossa cidade. O que para muitos incrédulos e desiludidos com a democracia moderna e com a profusão de escândalos diários a que somos expostos pelos noticiários, não significa muito. Entretanto, acredito que uma sociedade só alcança a sua plenitude, na medida em que os seus cidadãos se apresentem de forma responsável e crítica. E o ato de votar é um destes momentos em que devemos afirmar de forma consciente a nossa responsabilidade para com o todo, ou seja, para a comunidade na qual estamos inseridos.

Dentro desta perspectiva, gostaria de abordar dois aspectos, o primeiro que diz respeito ao ordenamento político brasileiro.

De acordo com a tradição democrática, a Constituição Brasileira reconhece a divisão em três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, que devem ser independentes, ou seja, um não pode interferir no funcionamento do outro, mas devem funcionar em harmonia.

Ao Poder Executivo, cabe governar, administrando os recursos públicos conforme determina a lei. Os seus ocupantes são: no nível federal o presidente da república, estadual o governador do estado e nos municípios os prefeitos.

O Poder Legislativo é representado, em nível federal, pelos deputados federais e senadores (Congresso Nacional), em nível estadual, pelos deputados estaduais (Assembléias Legislativas) e nos municípios, pelos vereadores (Câmaras Municipais). Cabendo a eles propor e votar leis, apreciar matérias apresentadas pelos outros poderes e pela população, fiscalizar as ações do Executivo, votar os orçamentos públicos e examinar as contas públicas. 

Já o Poder Judiciário, só existe em nível federal e estadual. O judiciário não elabora leis, a ele compete interpretá-las e julgar suas pendências.

O segundo item relaciona-se aos atributos que devemos valorizar quando da escolha dos nossos candidatos. Apesar de ser uma formulação muito ampla e pessoal, creio que alguns aspectos devem ser essenciais para esta escolha e pode contribuir para uma reflexão quanto ao melhor prefeito e vereador para a nossa cidade, e qual o mais habilitado para o bom desempenho de suas atribuições no dia-a-dia da administração pública. Sabendo-se que no tocante aos candidatos a prefeitos de Itaguara, todos os dois possuem experiência à frente da administração de nossa cidade.

a)         Eficiência, articulação e capacidade administrativa – espera-se de um bom prefeito, a gestão eficiente do orçamento público. Pois, os recursos são sempre insuficientes frente às demandas. E muitos deles são de destinação exclusiva, ou seja, as emendas ou recursos são direcionados a fins específicos, não sendo possível o seu remanejamento. Daí a necessidade do prefeito ter uma boa capacidade de articulação com os governos estaduais, federais e com o legislativo destas esferas, para a obtenção de verbas. E aliado a isto, uma boa capacidade de gestão, para que  os gastos sejam feitos de forma a maximizar os benefícios para a população e os serviços prestados com a máxima qualidade que a comunidade merece e exige.

b)         Diálogo, transparência e honestidade – nos dias atuais, onde a informação e os canais de comunicação são cada vez mais dinâmicos e acessíveis à população, é imprescindível  que o futuro prefeito e também os vereadores, saibam dialogar com a população, sendo sensíveis e responsivos às suas demandas, sobretudo àquelas parcelas mais vulneráveis e com menor poder de articulação e pressão. E ao executar as demandas ou propô-las, saibam fazê-las com transparência, honestidade e zelo ao recurso público, de forma que todos sejam beneficiados e não apenas um grupo ou parcela da população. Para que haja uma total separação entre o que é público e sua consequente destinação, e o que é interesse privado. Relação esta tão arraigada e presente na nossa cultura, mas tão perniciosa e que deve ser combatida a todo e qualquer custo, a fim de se evitar a corrupção e desvio de dinheiro público.

c)          Visão abrangente e sistêmica dos problemas afetos à comunidade e capacidade de planejamento – é necessário que o futuro prefeito e também os vereadores, cada um na sua esfera de atuação, tenham uma visão clara, objetiva e sistêmica, dos problemas afetos à comunidade e o discernimento e a energia necessária para a sua solução. Mas, mais do que isto, é preciso pensar o hoje e visualizar o futuro que desejamos para a nossa cidade, pois as ações e propostas executadas no dia-a-dia terão alcance e repercussão no futuro de todos. E por mais tentador que seja a execução de obras e feitos de fácil aceitação, é imprescindível a capacidade de planejamento de médio e longo prazo, inclusive no tocante à consecução dos projetos, obras e capacidade orçamentária.

Por último, gostaria de reforçar a necessidade de uma reflexão consciente e responsável quanto à importância do voto e da escolha dos futuros vereadores e prefeito. Pois, a qualidade dos nossos governantes está diretamente relacionada às nossas próprias escolhas. E por menor que seja a relação entre o seu voto e o montante necessário à vitória deste ou daquele candidato, ela é de suma importância para a definição de qual prefeito e vereadores queremos para a nossa cidade. E este poder é indelegável, ou seja, cabe apenas a nós.

* Gilson Adriano de Oliveira Lima é itaguarense, funcionário do Banco do Brasil em Ribeirão Preto (SP), formado em Ciências Sociais pela UFMG e MBA em Serviços Bancários pelo INEPAD/UNB.

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