Parecem inevitáveis as quedas de popularidade em início de governos. Não há qualquer pesquisa científica que se conheça que possa respaldar essa afirmação, mas ela se confirma ao se examinar os dados divulgados na semana passada nos Estados Unidos; e também com o que ocorreu no Brasil em 2003.
Pesquisas recentemente publicadas nos Estados Unidos mostram que o governo do presidente Barack Obama está em constante descenso na avaliação da população norte-americana – a última pesquisa mostra que apenas 50% aprovam os 200 dias iniciais do governo (número bem menor do que os 68% dos 100 primeiros dias).
Analogamente, pode-se constatar que houve uma situação bastante similar no Brasil, em 2003 – ano inicial do governo do presidente Lula. Nesse ano, o governo Lula tinha cerca de 51% de aprovação popular – número muito pequeno se comparados aos 80% de aprovação dos dias atuais. Com relação específica aos dias de hoje e a Obama, soma-se às exacerbadas expectativas populares, uma crise histórica na economia internacional.
As explicações para esses resultados são as mais diversas e devem levar em consideração as peculiaridades de cada país e de cada momento histórico, mas algumas conclusões são óbvias e uma delas é a de que o povo cria uma enorme expectativa de mudança e espera vê-la imediatamente, já nos primeiros dias do novo governo.
A política, no entanto, ensina muitas lições – uma delas é a de que é preciso dar tempo ao tempo para tudo se ajeitar e as mudanças acontecerem. Foi assim com Lula, será assim com Obama e com outros governos que se sustentam democraticamente com o apoio dos cidadãos que, esperançosamente, os elegeram.
PS: Não ouso citar aqui pesquisas de avaliação de 30 ou 60 dias de governo – fase em que há uma “lua-de-mel” entre governo e população. O início a que me refiro são os seis meses iniciais ou mesmo o primeiro ano.
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