quinta-feira, 12 de março de 2009

Um poema existencial de Fernando Pessoa para reflexão

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO (Fernando Pessoa)

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que soque não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
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6 comentários:

Anônimo disse...

Lindo o poema de Pessoa - o maior poeta de língua portuguesa.

Anônimo disse...

Fantástico, o existencialismo de Pessoa é na verdade algo inaugural na poesia moderna. Assim como Heidegger e Kierkegaard na Filosofia (e mais modernamente Jean-Paul Sartre), Pessoa foi o maior expoente do existencialismo na poesia.

Anônimo disse...

Nossa Senhora, não entendi nada que esse cara escreveu

Anônimo disse...

O que Leandro disse é verdade. Bela colocação! Muito boa... Viva a poesia e a vida...

Anônimo disse...

FALA SERIO....OLHA SÓ OS CARAS TENTANDO HUMILHAR O GERALDINHO..QUE COISA RIDÍCULA, PESSOAS INTELIGENTES DESCUTE IDEIAS E PESSOAS MESQUINHAS DISCUTE PESSOAS..O CARA E GENTE BOA BATALHADOR, ANTES DE QUALQUER PALAVRA BONITA QUEREMOS VER RESULTADOS,DISCURSO BONITO NÃO RESOLVE O PROBLEMA DA SOCIEDADE.. MANDOU MAL QUEM FEZ ISTO

Unknown disse...

Existecialismo é reconhecer nossas limitações e ousar atravessa-las ,sem olhar pra atrás...É percorrer estradas sinuosas e ir ao encontro de novos horizontes .