Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que soque não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
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6 comentários:
Lindo o poema de Pessoa - o maior poeta de língua portuguesa.
Fantástico, o existencialismo de Pessoa é na verdade algo inaugural na poesia moderna. Assim como Heidegger e Kierkegaard na Filosofia (e mais modernamente Jean-Paul Sartre), Pessoa foi o maior expoente do existencialismo na poesia.
Nossa Senhora, não entendi nada que esse cara escreveu
O que Leandro disse é verdade. Bela colocação! Muito boa... Viva a poesia e a vida...
FALA SERIO....OLHA SÓ OS CARAS TENTANDO HUMILHAR O GERALDINHO..QUE COISA RIDÍCULA, PESSOAS INTELIGENTES DESCUTE IDEIAS E PESSOAS MESQUINHAS DISCUTE PESSOAS..O CARA E GENTE BOA BATALHADOR, ANTES DE QUALQUER PALAVRA BONITA QUEREMOS VER RESULTADOS,DISCURSO BONITO NÃO RESOLVE O PROBLEMA DA SOCIEDADE.. MANDOU MAL QUEM FEZ ISTO
Existecialismo é reconhecer nossas limitações e ousar atravessa-las ,sem olhar pra atrás...É percorrer estradas sinuosas e ir ao encontro de novos horizontes .
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